A meditação é uma técnica originária da filosofia oriental, já aceita como um fenômeno físico, graças a recentes estudos do cérebro ela tem sido usada por neurocientistas, psicólogos e outros especialistas como uma valiosa ferramenta, no tratamento de diversas doenças advindas do stress como ansiedade e depressão . Quimicamente, a meditação parece estimular uma maior produção de certos neurotransmissores no cérebro, como a dopamina, responsável pelo sentimento de prazer e bem-estar, e a serotonina, ligada à sensação de felicidade. Sabe-se que parte desses efeitos tem a ver com modificações dos padrões de resposta a situações stressantes, com aumento da atividade de áreas de inibição da ansiedade e diminuição da secreção dos hormônios como o cortisol , vinculados à reação aguda ao estresse.
A meditação é cada vez mais utilizada nos consultórios
Em torno desse novo conceito, a meditação tem sido estudada por meio de técnicas científicas, como a análise das ondas cerebrais e procedimentos de diagnóstico por imagens, como o eletroencefalograma. O objetivo é entender como a meditação atua no cérebro enquanto seus praticantes em profundos estágios de interiorização.
Integrada a psicologia ocidental, a meditação se torna cada vez mais utilizada nos consultórios gerando mudanças no paciente em todas as dimensões bio-psico-físico e espiritual. Atingir esse estado superior de consciência desenvolve e aumenta a compaixão pelos outros seres, sendo esse um diferencial dessa integração. O paciente não só se beneficia com o desenvolvimento de auto- consciência , como também contribui para ampliar a rede de novas consciências coletivas através do estado relaxado e tranquilo proporcionado pela meditação.
Meditações são úteis para trazer a consciência ao estado de presença
Trata-se de uma prática , com múltiplas possibilidades de verbalização em companhia do terapeuta. A repetição de um mantra pode ajudar a estabilizar o mental aumentando a capacidade de concentração, atenção e memória. Já nas meditações de observação, desenvolvem um silêncio interno, fundamental para mudanças desejadas no processo terapêutico. Em geral, meditações são úteis para trazer a consciência ao estado de presença, onde se encontram as respostas do passado e futuro. Nesse estado existe o equilíbrio e lucidez necessária para manutenção da saúde num momento de tantos fatores estressores que vivemos.
Há tempo, utilizo a meditação com os pacientes. A indicação da meditação é feita caso a caso, e não há correspondência regular os tipos de patologias. As técnicas de meditação também são praticada em diversas tradições religiosas, porém diferentes disciplinas como a nova psicologia as utilizam com objetivos não-religiosos. A meditação favorece a reprogramação da vida. Essa nova abordagem é um instrumento de transformação baseada no poder terapêutico que o paciente encontra ao acessar seus próprios arquivos,adquirindo a capacidade de renovar seus padrões de condicionamentos físicos e emocionais .
Partindo do princípio que o homem é na realidade um biocomputador, que roda baseado nas informações genéticas recebidas pelo DNA somadas as informações recebidas no ambiente familiar e social no período de desenvolvimento e formação neurológica, é necessário alterar a configuração destas programações quando estão gerando sofrimento.
Com as técnicas de meditação integrada à psicologia, o paciente é remetido à situação que originou determinado padrão. Ao reviver o fato e suas respectivas sensações, ele tem o poder de mudar o registro dos acontecimentos, retirando toda a carga emocional presa no passado de forma a trazer bem estar, qualidade de vida e novas possibilidades de gerenciar o stress e ansiedade vividos no dia a dia.